sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Eu não sei mais escrever

Eu acho que perdi a prática e o jeito de escrever nessa nossa era da digitação. Talvez você também. A caneta ficou de lado e o papel também. Tem muita gente que, como eu, já nem carrega mais caneta no bolso. Pergunte a alguém ao seu lado se tem uma caneta para emprestar. Eu sou daqueles que aprenderam a datilografar antes mesmo de digitar. Faço isso com todos os  dedos,  sem olhar o teclado. Nooosssaaa!!  Às vezes me lembro daquele papel branco onde a gente colocava a data e abria  assim: "Querida Maria". Era a chamada carta. Lembra dela? Demorava para sair e muito mais para voltar. Hoje, a pessoa para quem você escreve vê você digitando de qualquer lugar. E antes que você termine o pensamento, ela já responde afirmando ou questionando. Quando vou para uma reunião ou palestra, levo o tablet e anoto tudo com o uso de um teclado. Super prático para registrar e melhor ainda para consultar depois.  Há poucos dias, no entanto, participei da Social Media Week São Paulo e confesso que esperava que muita gente, especialmente os mais jovens, estivessem também fazendo uso de tablets e teclados no lugar de suas canetas e cadernos. Mas parece que isso ainda não está acontecendo. Nem nas salas de aulas. Talvez porque elas não tiveram a chance de aprender datilografia. Possivelmente, assim como as boas cartas, os cadernos da escola vão brevemente entrar para a história, substituídos pelos meios  eletrônicos. É o que já está acontecendo com grande partes das publicações, jornais e revistas. Tem coisas que mudam devagarzinho, enquanto outras vão atropelando tudo. O importante é estar se preparando muito bem para surfar, não enfrentar, nessas ondas de mudanças e de compartilhamento de informações. Isso para você não se afogar. Os executivos da Google, Erick Schmidt a Jared Cohen, pregam que vamos viver e conviver cada vez mais entre os mundos real e virtual. Acreditam que a era digital vai transformar completamente o futuro das pessoas, dos negócios e dos países. Essa transformação já começou e não tem retorno mais. Eu acho que uma grande coisa, no entanto, jamais será virtual. A saudade dos olhos nos olhos e de uma boa conversa real. Não vá morrer de saudade!

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