sexta-feira, 20 de junho de 2014

O povo brasileiro é serio, sim senhor!

Como é comum a gente ouvir a velha frase, especialmente em época de grandes eventos, como a Copa do Mundo: o Brasil não é um país sério mesmo! Mas ela está longe da verdade, pois o povo  brasileiro é muito sério, sim senhor! Como você pode dizer que um jovem, ou uma jovem, em todo o país, que tem que começar a trabalhar muito cedo, nos dois sentidos, aos 15 anos, ou menos,  e às 6 da manhã, ou mais cedo, por exemplo, para ajudar em casa e para tentar se formar, não representa um povo sério? Como podem milhões de brasileiros, com salário mínimo ou abaixo de suas necessidades básicas, que labutam honestamente sem parar, não ser um povo sério? Passam a vida trabalhando para poder descansar mais tarde, e quando chega esse momento, continuam trabalhando até não aguentarem mais. Um povo que não vê o retorno digno de seus impostos mas que ainda assim continua dando duro, honestamente, não é sério? O fato de termos bom humor para enfrentar tudo isso, não tira os calos da nossa seriedade! Quem infelizmente não é séria é a grande parte daquela classe que deveria tratar dignamente dos assuntos e do dinheiro públicos e não o faz. Mas ela não deve representar o melhor que temos no Brasil. Por mais que ela permaneça!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A bola ia rolar muitas vezes e terminar nos pés do meu menino


Eu era um menino de 9 anos e jogava bola no campinho quando meu irmão mais velho, o Carlos, chegou à beira do campo e perguntou se eu não queria ver a despedida do Pelé da Seleção tricampeã do mundo. Era o dia 11 de julho de 1971. Parei a jogada para ver a despedida, a primeira das duas, do maior jogador de futebol do mundo, em amistoso no estádio do Morumbi. Corri para casa, me aprontei, e fui com meu irmão ver aquela partida histórica.O Negão ia marcar o seu gol no empate de 1 x 1 contra a Austria.  

Muitos jogos e jogadas se passariam, inclusive naquele campinho onde cresci jogando bola junto com outros garotos. Campinho  que hoje já não existe mais. Aqueles pequenos companheiros também se tornariam adultos e pais de meninos que seguiriam suas jogadas, ou passos pela vida. Quarenta e três anos depois eu convoco outro menino, de 8 anos, meu filho William, para assistir a um outro jogo amistoso da Seleção Brasileira, no mesmo estádio do Morumbi. É o seu desejo ver de perto a seleção pentacampeã do mundo. O tempo passa e as jogadas se repetem. A gente pode assim ver a continuação do jogo do campinho, até com mais emoção. A gente simplesmente muda de personagem nesse jogo.