segunda-feira, 23 de outubro de 2017

MINHA MAIOR FESTA, MINHA MAIOR MISSÃO DE COMUNICAÇÃO

Jamais esperava que um dia iria gerenciar a comunicação da inauguração da maior festa alemã na maior cidade da América do Sul. Até então, minha experiência estava ligada aos grandes desafios da comunicação na competitiva indústria automobilística, onde já havia atuado como gerente de comunicação das marcas alemãs Volkswagen e Mercedes-Benz, e das americanas Chrysler, Jeep e Dodge. Sem contar a experiência como jornalista do Estadão e Gazeta Mercantil. Quando fui convidado pelo presidente da WGroup, Walter Cavalheiro Filho, para fazer parte de um time de profissionais com enorme experiência nas várias áreas da organização de um evento que levaria mais de 75.000 pessoas a Arena Anhembi, sabia que seria um desafio histórico. Para a empresa, para os patrocinadores e apoiadores, para São Paulo e logicamente também para a minha própria carreira.

A partir daquele convite, tínhamos apenas quatro meses para estabelecer mais um forte abraço da cultura alemã na população paulistana. De acordo com a Câmara Brasil-Alemanha, São Paulo é a cidade com maior número de empresas de origem alemã do mundo. No Brasil o capital alemão representa aproximadamente 10% do PIB industrial do país. A participação alemã no desenvolvimento tecnológico e econômico do Brasil, e especialmente de São Paulo, portanto, não é coisa pequena. É absolutamente gigantesca. Por isso, além de muito trabalho e cooperação industrial, São Paulo mereceria também uma grande festa cultural no estilo mais germânico de todos. Foi o que pensaram os idealizadores do evento. Um brasileiro, o Walter, e um alemão, Philipp Schiemer, presidente de uma das mais prestigiadas marcas do planeta, a Mercedes-Benz, que se tornaria também o embaixador da grande festa.

Essa história, essa iniciativa, esse empreendedorismo, enfim, essa grande festa, em tempos de crise no Brasil, precisava ser bem contada, bem divulgada e muito compartilhada. Precisávamos deixar bem claro que a festa alemã não se tratava apenas de um grande encontro em que jovens se encontrariam para beber à vontade e agitar todo o pedaço. A exemplo da tradicional festa de Munique, criada há 200 anos, deveria ser um evento para receber com segurança, alegria e harmonia toda a família. Aí começava o meu grande desafio, como gerente de comunicação. Por ser a edição pioneira, sabia que não teria uma segunda chance para deixar uma excelente primeira impressão. Em função do curto período de tempo para a sua realização, a grande maioria das empresas potencialmente patrocinadoras já estava em maio com seu budget de 2017 comprometido.

O evento seria bancado totalmente pela iniciativa privada e pelo volume de ingressos. A festa contou também com o fundamental apoio institucional do Prefeito João Doria, que valorizou, desde o princípio até o final, a iniciativa de mais um grande evento paulistano. Reuniões bastante produtivas com a SPTrans, SPTuris, CET entre outros órgãos vieram colaborar decisivamente para o sucesso do evento, como, por exemplo, com linhas especiais para facilitar o acesso do público ao Anhembi. Adicionalmente a todos os esforços de comunicação que já estavam sendo feitos, conversei com a renomada jornalista Cleide Silva, do Estadão. Ela viu nessa iniciativa um exemplo de empreendedorismo que merecia ser compartilhado com seus leitores. Veio então, em 28 de agosto, exatamente um mês antes da avant première, a primeira grande matéria de mercado, na seção MIDIA e MKT. Em quase uma página inteira, intitulada Empresas criam uma Oktoberfest para São Paulo, e uma foto com os idealizadores em trajes típicos alemães, ela contou toda a história, a coragem e o conceito que transformariam a São Paulo Oktoberfest num dos maiores eventos da cidade, depois do Carnaval e do Salão do Automóvel.

Logo depois fui pessoalmente conhecer o chefe de produção do jornalismo da TV Globo de São Paulo, Cleber Cândido, a quem apresentei todo o conceito da festa. De uma forma muito gentil, ele ouviu e se impressionou muito com o tamanho do evento. A TV Globo, mídia oficial da festa, levaria decisivamente a São Paulo Oktoberfest para os olhos e ouvidos de milhares de famílias de todo o País. Foi um grande show de imagens e de cobertura jornalística. As mídias sociais da São Paulo Oktoberfest atualizavam diariamente as informações sobre as atrações musicais, gastronomia, rótulos de bebidas, diversões, apoiadores, ingressos e mobilidade. Os mascotes, a onça Munica e o bicho-preguiça Sampeca, circulavam em pontos da capital divulgando a festa. Eles ganhavam a atenção da população e também espaço nas mídias sociais. A realeza da festa também iam conquistando o carinho do público. Era formada por uma Rainha morena, uma Princesa loira e outra Princesa Negra, valorizando o conceito de diversidade e diversão representado no slogan: Onde o mundo se encontra e a cidade se mistura.

Abriram-se os portões da Arena Anhembi no dia 28 de setembro para a avant première da grande festa, com a participação de autoridades, patrocinadores, apoiadores e a imprensa. Na ocasião, o prefeito João Doria destacou a criação de mais de 1.200 empregos diretos e indiretos gerados pela iniciativa. Em suas mídias sociais, as mensagens mais que positivas sobre a festa superariam 480.000 visualizações. O evento estava lançado oficialmente. Durante todos os oito dias de festa, iniciada no dia 29 de setembro, era comum ver até três gerações de famílias sentadas às longas mesas saboreando pratos típicos alemães, levantando-se para dançar ao som de animadas músicas daquele pais, e experimentando os mais variados rótulos de bebidas que também seguiram a receita germânica. Crianças, jovens e adultos e idosos também se divertiam no BierPark, o parque de diversão que também fazia parte da festa. Nosso aplicativo específico colocava nas mãos do público toda a programação do evento, facilitava a compra de ingressos e até serviu para o público avaliar as bebidas oferecidas durante a festa. Os press releases também estavam disponíveis com fotos no espaço de imprensa do aplicativo. Tínhamos também horários específicos para a OnLive nos momentos mais animados da festa.

No total, além de uma agenda variada de músicas o tempo todo, foram consumidas mais de 16 toneladas de pratos típicos dentro da tenda, a Biertent. No espaço externo, foram mais de 10 toneladas de alimentos. Mais de 110 mil litros de bebidas foram consumidas também. O público paulistano levou a sua educação para a festa. Por isso, não houve registro de incidentes sérios que comprometesse o espírito festivo e familiar da primeira São Paulo Oktoberfest. Esse era o clima desejado pela organização, que nem as chuvas que caíram em alguns dias conseguiram molhar. A Alemanha deu assim um longo abraço no paulistano. E acho que também recebeu dele um grande e caloroso abraço.

Ah, em termos de divulgação, foi do tamanho da festa o resultado de um trabalho gerado por um time engajado e integrado pela forte parceria com as colegas da agência Loures, com o apoio da TAG Comunicação. Todos os principais telejornais deram grande destaque ao evento. Não foram poucas as matérias positivas em sites, rádios, mídias sociais e influenciadores que elogiaram a criação, o conceito, a organização e a adequação da festa alemã na cidade. A São Paulo Oktoberfest entrou assim definitivamente para o calendário oficial de São Paulo até 2020. Com base na excelente experiência dessa primeira edição, não temos nenhuma dúvida de que a festa de 2018 seria ainda melhor e maior.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Como esse cara muda de nome

Acho que pelo menos uma vez por semana, ao final de um dia com trânsito estressante, eu me presenteio com uma das melhores empadinhas do mundo, as da Empada Brasil. Paro ali no Walmart do Jardim Marajoara, onde tem um quiosque dessas delícias. Logo,  o simpático amigo Gilson já me serve direto as opções preferidas: Mexicana e Calabresa. Hoje, enquanto saboreava a segunda empadinha, um homem se aproxima empurrando um carrinho com uma linda menininha de não mais de 2 anos. Ela já chega cumprimentando o meu amigo, dizendo que quer uma empadinha de chocolate.  Gilmar, Gilmar, eu quero uma empadinha! Gilmar? Mas não é Gilson? O pai de princesinha agradece o Gilmar, que deu de graça a empadinha preferida da menina. Mas seu nome não é Gilson!? perguntei.  "Não, Gilberto, eu já falei algumas vezes que é Gilmar, mas você insiste em me chamar de Gilson, que eu já não me importo mais. Tudo bem!" Caramba, que mundo adulto complicado esse, hein. Ainda bem que a menininha linda me passou a informação certa! Coitado do Gilson! Quero dizer, do Gilmar!