quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A reinvenção do jornalismo e do profissional de comunicação


O jornalismo já não depende mais do jornalista da mesma forma que o jornalista não pode mais depender só do jornalismo. Sei que isso não é nenhuma notícia! Mas o cenário ficou ainda mais em evidência após eu conversar com jornalistas experientes de várias partes e mídias do Brasil, com fornecedores de materiais de imprensa e profissionais da área de comunicação corporativa da indústria automobilística durante os 12 dias da trigésima edição do Salão do Automóvel, encerrada no dia 18 de novembro.

A primeira parte dessa afirmação se deve ao já amplamente conhecido fato de que nessa era digital, o jornalista não é o único provedor de notícias. Você mesmo, se não é jornalista, pode contar quantas vezes já produziu e compartilhou uma opinião, uma ideia ou até mesmo uma notícia nas mídias sociais, há pouco tempo uma atividade mais restrita desse profissional nas mídias tradicionais. Como já antecipavam Eric Schmidt e Jared Cohen, os mais altos executivos da Google no livro The Digital Age, caberá às mídias tradicionais o papel fundamental de ser a fonte mais confiável contra o avanço das fake news.

Jornalistas de grande destaque em publicações impressas, TVs, rádios e mesmo em sites de várias partes do País presentes no Salão me contaram durante o evento sobre sua movimentação estratégica para ocupar e ampliar seu espaço em mídias digitais ou sociais como um caminho mais seguro para consolidar sua audiência, atrair apoio e assim manter-se na profissão. Outros avançam em busca de um segundo ou mesmo terceiro meio de ganhar a vida em diferentes áreas para a cobertura jornalística.

Mesmo profissionais da comunicação corporativa estão buscando atualizar-se e ampliar seus braços para abranger novos desafios e oportunidades nas empresas. Eu mesmo, após 25 anos atuando na promoção e na reputação de grandes marcas do setor como a Mercedes-Benz, Chrysler, Dodge, Jeep e mais recentemente a Volkswagen, além de continuar acompanhando o desenvolvimento e participando das atividades do setor automotivo como consultor de comunicação empresarial, aceitei um convite muito especial para ser o gerente de comunicação da São Paulo Oktoberfest. O desafio é promover o festival cultural alemão, em sua segunda edição e já consolidado no calendário oficial paulistano. Cultura também é negócio que precisa muito de uma comunicação abrangente e integrada.

Antes disso, há cerca de 5 anos, participei de uma convenção internacional de comunicação na Alemanha, esperando sair dali com respostas para todas as interrogações da era digital. Percebi rapidamente que colegas de várias partes do mundo chegaram lá com a mesma expectativa. E de lá saímos todos com a conclusão de que mesmo nos países mais avançados ninguém ainda tinha a receita certa para dar certo na era da transformação digital. E parece que ela ainda não foi escrita, apesar de contarmos com excelentes livros sobre o assunto. Um deles é Conteúdo S.A. de Joe Pulizzi.

Enfim, após muitos conversas informais no Salão do Automóvel - que obviamente não representam nenhuma pesquisa consolidada - sobre os grandes terremotos nos mercados editoriais e nas empresas de norte a sul do País, que transformaram e enxugaram as redações, agências e áreas de comunicação das empresas, os colegas apontaram que o perfil do futuro jornalista ou profissionais de comunicação em geral ainda não está claro.

Mas tanto jornalistas, fornecedores de serviços, executivos e assessores de comunicação, experientes na divulgação e na cobertura da inovação tecnológica do mercado automobilístico, entendem que a palavra certa para o presente e para o futuro desses profissionais não é apenas movimentação, formação e atualização digital. É reinvenção. E reinventar-se tanto na dimensão real e digital ainda não é a resposta. É apenas o caminho estreito de hoje para o futuro para todo e qualquer tipo de profissional que quiser chegar lá!

Reinventar-se demanda coragem, inteligência, paixão e criatividade. Exige também capacidade de sonhar, tempo, saúde e principalmente energia. O seu novo perfil, formação, valores e capacidade na nova dimensão permanecem sendo uma boa pergunta na coletiva de imprensa global sem ainda uma resposta segura em qualquer idioma. Enquanto isso, continua valendo uma boa conversa entre seres humanos, uma boa entrevista e uma boa matéria ou mensagem para um público que também busca suas respostas.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Eu faço parte dessa história, com muito orgulho

Nasci, cresci e amadureci com uma consciência negra. E tenho muito orgulho disso, mesmo sendo branco. Minha mãe, meu pai e meus irmãos trabalhavam demais para não deixar faltar nada em casa. Como sétimo dos filhos, ainda bebê, minha mãe contava com a ajuda espontânea e terna da Dona Geralda, vizinha nossa em Araçoiaba da Serra, para embalar o meninão aqui.

Eu lembro assim dos braços negros da Dona Geralda que me abraçam com carinho. Era uma voz melodiosa e tranquilizadora. Eu disse que era o sétimo filho, mas na verdade era o oitavo, considerando um filho adotivo que já era parte da família Santos. Aliás, ele já havia chegado bem antes de mim já carregando, por coincidência, o sobrenome da família.

Maurício dos Santos também era negro. Meu pai e mãe decidiram adotá-lo para libertar, ainda menino, dos maus tratos do padrasto e da madrasta. Era meu irmão contador de histórias, sempre sorrindo com vozeirão divertido e fazendo a família reunida cair sempre na gargalhada à luz das velas. Eu era seu orgulhoso fã também no futebol. Meu pai era técnico do time da vila em Casa Branca. Meus irmãos se destacavam em suas posições. O Maurício ainda mais, esperto, habilidoso e valente.

No dia antes de sua partida, há alguns anos, já pai de filhos crescidos, minha mãe e eu tivemos a última chance de vê-lo com vida no hospital. A enfermeira estranhou uma visita branca a um paciente terminal negro. Ela se assustou quando perguntada, minha respondeu naturalmente.: "É meu filho!". Eu expliquei a ela que o Maurício era meu irmão adotivo. Maurício olhou para nossa mãe, expressou a maior surpresa e satisfação, e foi embora no dia seguinte.

Nos meus primeiros anos de escola, eu lembro que tinha um coleguinha negro, mas não tive muito contato com ele. Já no Ginásio, o Osvaldo foi meu grande companheiro. Fazíamos trabalhos escolares juntos e criávamos grandes jogadas nas partidas dos campeonatos internos. Vários negros e negras fariam parte da minha história, sempre transmitindo até hoje muita alegria, confiança e liberdade.

O tempo passou, mas minha consciência negra não. Ao contrário, ela aumentou com muita satisfação. Meu sincero círculo de amizades hoje formado pela raça negra continua sendo uma fonte de alegria, orgulho, inspiração, com canções melodiosas e sorrisos calorosos. São grandes exemplos de vida, de paixão pelo que fazem e de sucesso em suas carreiras.

Aos meus irmãos e irmãs da honrosa raça negra, obrigado por permitir que eu faça parte, desde os meus primeiros anos de vida, de sua bela história de luta, trabalho, conquista e vitória.

(Na foto acima, Wesley Gomes, filho talentoso de meus amigos do peito, Luis Paiva e Vilma Gomes, e meu parceiro no Canal Sua História é a Nossa História, em visita ao Salão do Automóvel desse ano)


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Grandes resultados são conquistados por liderança motivadora

A trigésima edição do Salão do Automóvel de São Paulo, encerrada ontem, foi um sucesso de exibição de produtos, tecnologia e de público. Marcas de grande peso anunciaram ali muitos lançamentos e investimentos no mercado, injetando assim mais combustível de esperança e confiança no mercado brasileiro.

O palco para o início de uma nova fase da indústria automobilística, a São Paulo Expo, não deixou nada a desejar para as exibições de Detroit, Paris e Frankfurt, que eu costumava visitar anualmente até 2016 por mais de 20 anos. Os espaços e os stands seguem em geral uma padronização global. As coletivas de imprensa também.

Participei durante o Salão do time de comunicação da Audi, que se prepara para lançar 13 lançamentos em 2019. Foi uma grande oportunidade profissional e pessoal de encontrar e reencontrar jornalistas de todo o Brasil e do mundo corporativo ao longo dos 12 dias do evento.

O belo resultado conquistado por todas as equipes da Audi e bastante valorizado pelo diretor de comunicação e marketing da marca, Claudio Rawicz, já estava marcado desde o início. Percebi desde a primeira reunião que os executivos responsáveis pela organização do evento estavam determinados em unir, apoiar, reforçar e valorizar o trabalho de equipe.

Durante cada dia do evento, eles demonstravam uma liderança de respeito e motivação geral. Isso se tornou a regra natural entre as equipes e também com os visitantes, concessionários, clientes, jornalistas, influenciadores e autoridades. Foi esse o grande sucesso da missão e do evento. Prova consistente que executivos humanos, certos nas áreas e nas horas certas, são absolutamente transformadores na era que exige mais transformação.

O Salão do Automóvel foi organizado com louvor pelos homens da foto em destaque. Da direita para a esquerda, Paulo Octavio P. De Almeida, vice-presidente, Fernando Fischer, presidente, e Leandro Lara, diretor, da Reed Exhibitions no Brasil, parabenizados pelo sucesso do evento pelo diretor de comunicação e marketing da Audi, Cláudio Rawics, último à esquerda. Foi um prazer estar no meio desses gigantes da organização de grandes eventos. Vivendo e aprendendo sempre.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Maior vitrine automotiva será aberta na São Paulo Expo de 08 a 18 de novembro

O SALÃO DO AUTOMÓVEL na São Paulo Expo, de 8 a 18 de novembro, é a maior vitrine da América Latina para a apresentação das linhas atualizadas de produtos de todas as marcas que rodam e que ainda vão rodar pelas ruas brasileiras. A Audi já preparou um belo stand para mostrar grandes novidades que vão chegar por aí. A coletiva de imprensa da marca está agendada para essa terça-feira, 06 de novembro, às 11h00. Show de produtos, de esportividade e de tecnologia!