sábado, 29 de agosto de 2015

Um investimento que vale a pena

Garcon, acho que vou experimentar esse vinho, um Hermitage La Chapelle 1961. "Muito boa escolha, doutor". Após essa importante decisão, ouviria-se reverentemente o hino nacional em transmissão ao vivo para todo planeta, que aguardaria curiosamente o resultado do primeiro gole de uma garrafa de aproximadamente US$20 mil, segundo uma relação dos vinhos mais caros do mundo. Ano passado, um lote de 12 garrafas daquele vinho foi arrematado, na Christie´s de Londres, por 123.750 libras. Pode? Imagino a emoção incomparável de desfrutar desse privilégio. Uma alegria inexpressível com a vida invadiria a alma do tomador daquela safra tão especial. Uma paz que excede todo entendimento tomaria conta naquele momento e não passaria mais com o tempo. Uma sensação de equilibrio e serenidade sempre estaria presente, mesmo depois de o tomador deixar aquela mesa até o seu último gole na Terra. De tão embriagado de emoção, ele não teria mais qualquer inimigo. Ou pelo menos não se lembraria mais de nenhum deles. Ele olharia para as pessoas e enxergaria melhor o ser humano dentro delas. Não teria mais condições de focar em seus defeitos nem de apontar os seus limites. Ele observaria e comentaria mais as coisas boas ao seu redor. Não viveria criticando ou reclamando demais de tudo e de todos o tempo todo. Também não lhe importaria mais as críticas maldosas de quem não pode pagar por aquele vinho. O produto daquela safra lhe traria todos os dias  mais paz e alegria desde o amanhecer até o boa noite de alguém que não gostaria de perder nunca a sua companhia. Ele desfrutaria de uma mente e um corpo muito mais sadio e com muito mais disposição. Em seu rosto mais corado o sorriso e o bom humor seriam um atraente sinal de que o coração bate melhor e que valeu a pena cada centavo do grande investimento. Na hora de pagar a conta, o homem observa algumas pessoas lá fora caminhando e compartilhando a alegria de dentro, sem mesmo ter entrado naquele restaurante. Vê que muitas outras passam de cara fechada e aparentemente carentes de melhor emoção. O que elas andam escolhendo do menu da vida?  Garcon, a vida é curta demais para ser infeliz. Reserve para mim o lote todo desse vinho especial, por favor!  



sábado, 15 de agosto de 2015

A geração das perguntas


Que história a geração atual está escrevendo, compartilhando e deixando para as próximas? Sem dúvida, nunca houve uma geração tão bem informada, ou tão online ou conectada.  Mas o que essa avalanche de informações ou conexão está produzindo? Ironicamente, é uma geração de muito mais perguntas do que de respostas. Nunca se perguntou tanto, nunca se respondeu tão pouco.  Não porque são poucas as respostas, mas porque elas não satisfazem mais. Alguém já disse que a pergunta certa é muito mais importante do que a resposta certa para a pergunta errada. É também  uma geração de muitas opiniões. Um certo alemão comentou uma vez que onde estão duas pessoas juntas, ali há três opiniões. Um escritor americano já dizia também que impressões não compartilhadas morrem com o individuo. Essa geração tem medo de não expressar sua individualidade. De deixar a sua história passar em branco. Assim, ela acaba compartilhando muito mais dúvidas e expectativas do que objetivos em direção a um norte. Ela está mais cercada de insegurança e insatisfação do que qualquer outra em tempos de paz. Acho que falta justamente isso para essa geração: falta-lhe mais paz, mais perspectiva e mais alegria. Especialmente para os brasileiros dessa geração. Temos que cuidar melhor de nossos jovens e de nossas crianças. Se não for possível dar-lhe todas as respostas, o que não é mesmo possível, vamos buscar pelo menos dar-lhes um pouco mais de segurança, serenidade e paz.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Parece que o Brasil acordou! FIM.

Não são os desastres naturais, como os maiores terremotos ou tsunamis que atingiram a Asia, em 2004, com a perda de aproximadamente 300.000 vidas, ou o Haiti, em 2010, matando mais de 200.000 pessoas,  que estão destruindo o Brasil. Não, não são secas prolongadas ou mesmo chuvas torrenciais  que estão tirando o alimento da mesa de milhares e milhares de brasileiros. Não  são guerras, bombas ou atentados terroristas que estão elevando a inflação e os juros, disparando o desemprego pelo país. Seguramente não é qualquer crise internacional que está detonando a economia, a geração de empregos, os investimentos e a educação, ceifando milhões e milhões de oportunidades e de sonhos de trabalhadores e de empreendedores da nação. A causa de tudo o que está acontecendo com o Brasil hoje foi o mal uso, ou uso mal, de uma boa coisa, ou seja, de milhares e milhares de urnas colocadas a disposição dos brasileiros no período das eleições. Nelas foram depositadas a nossa esperança e a nossa confiança por um país melhor. O sonho era muito bom. Porém, nelas foram colocadas os nomes de um rei, de uma rainha e de seus súditos vermelhos preferidos, que não tinham a menor competência nem o menor comprometimento para cuidar do destino do povo. Silenciosamente, o rato da corrupção ruia e ruia a moral e os cofres do reino. Dinheirinho suado do povo. Assim, por muito tempo, se ouviu, e se ouve, apenas anúncios de boas intensões enquanto o reinado empregava suas artimanhas para surrupiar todas as possíveis dádivas do povo. Mas o custo ficou alto demais pra todo mundo: para trabalhadores, empreendedores, aposentados, estudantes, homens, mulheres e crianças. O reino está falido. O rei e a rainha estão nus. Estamos pagando muito caro por aquela escolha, por esse desastre que não é natural. Mas parece que o povo acordou. E o sonho acabou. FIM.


sábado, 8 de agosto de 2015

De pai pra pai!

Nunca esqueci aquela noite com meu pai. Naquele período de dificuldades, me faltava dinheiro para abastecer o meu primeiro carro, que usava para ir para a faculdade. Ia portanto de ônibus. Mas algo tocou em meu pai para me emprestar naquele dia um dinheirinho suficiente para o combustível. Assim fui eu com o meu carrinho. Jamais saberei o que poderia haver acontecido comigo se tivesse  ido de outra forma. No dia seguinte, soube por meio de minha mãe que meu pai ficou sem "nenhum tostão" no bolso. Afinal, ele havia dado todo o pouco que tinha para a segurança de seu filho. Como grande pai que era, colocava a necessidade do filho, de sua familia, sempre em primeiro lugar. Assim são os grandes homens: tornam a vida dos outros muito mais preciosa que a sua própria. Um pai não consegue ser feliz sem que veja primeiro a felicidade e a satisfação de seus filhos. Aprendemos muito com a sua presença. E muitos, infelizmente, aprendem também com a sua ausência. Quem não tem uma boa lembrança de um momento tão especial por esse ser tão querido!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

As coisas mais simples são mais especiais

Você sabe, de tempos em tempos, é bom a gente dar um tempinho nas prosas. Afinal, há um tempo para todas as coisas, certo? Nesse período, diga-se de passagem, de muita agitação em nosso querido país, que bambeia pra lá e pra cá, encontrei pessoas queridas que perguntaram onde estão os textos de sábado. É um grande incentivo isso. Eu vou voltar com eles sim.  Mas como hoje estou comemorando mais um inverno, quero agradecer muito a todos pelas mensagens simpáticas que recebi neste dia, tanto de amigos de perto como de longe, do Brasil e de fora dele. Não há tempo e nem distancia para as grandes amizades. É sempre bom completar mais um ano com saúde e alegria, com a familia e os amigos sinceros que curtem e valorizam as coisas mais simples da vida. Nesse cenário atual, essas coisas tem um valor muito especial. Valeu mesmo!