quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Além da fakenews, a weaknews


Existe no jornalismo, como em qualquer atividade, os mais diferentes níveis de experiência, qualidade e credibilidade. O tradicional quarto poder está passando pela grande revolução digital, mas continua baseado na busca e análise apurada dos fatos, na conversa com as fontes e, claro, na liberdade de expressão. É um baita esforço organizado, correndo sempre contra o tempo, para trazer a notícia redondinha pra você pensar na vida, no trabalho, no mercado, no lazer, no passado, no presente e no futuro.

Do lado de quem busca a informação, há uma avalanche de notícias que chegam de todos os lados. E já convivemos com a fakenews, que nem é ainda muito bem percebida pela grande maioria do público. Mas precisamos atentar também para uma outra prática de produção de notícias que certamente não tem nenhum compromisso com a essência da missão jornalística.

A weaknews é a irmã mais disfarçada e tendenciosa da fakenews.

O termo weaknews sugere a fraqueza (weakness) de trabalho e conteúdo jornalístico. É a produção de uma sub-notícia, capaz de pegar uma matéria produzida pelo trabalho sério de uma outra mídia, de maior expressão, dar-lhe o crédito em sua "re"dação do texto para sugerir mais autenticidade, e interpretar e atribuir análises e conclusões diferentes da matéria original. Em resumo, é uma verdadeira cópia "mexida", que deforma o contexto e a opinião das fontes originais, de acordo exclusivamente com seu interesse pessoal, profissional ou ideológico.

A informação vai sempre ser o combustível de nosso pensamento e de nossas decisões. Por isso, é preciso saber muito bem de onde vem esse combustível para estarmos seguro de sua qualidade e autenticidade.

A weaknews é um combustível literalmente adulterado da informação. Tive uma experiência própria com essa prática anti-jornalística no dia 19 de fevereiro. Não vale nem mesmo a pena repercutir o artigo alterado, ou adulterado, nesse espaço. Você já teve uma experiência própria com esse tipo de notícia?

O jornalismo, com todos os seus desafios e transformação, continua sendo o produto ou o serviço qualificado que profissionais realmente comprometidos com os fatos levam para o mercado e para a sociedade. É esse trabalho sério que vai continuar ajudando as empresas, as instituições, os governos e as pessoas a se reinventarem, no melhor sentido.

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