Por mais de 20 anos atuando no jornalismo do mundo automobilístico em São Bernardo do Campo, eu iria acompanhar ali a nascente de um outro rio, o Rio Esperança. Nascia e corria sob a beleza de uma estrela brilhante. Suas águas limpas jorravam dos discursos empolgantes sobre os caminhões nas assembleias sindicais. O compromisso honesto era de manter o rio sempre limpo até chegar a Brasília, para matar a sede e garantir a saúde do povo brasileiro. Via ali muitos companheiros de trabalho, gente honesta e digna, movimentando as máquinas da produção de veículos, com muita esperança na melhoria do país, sonhando com um futuro melhor para suas famílias, enquanto o rio corria sozinho e a estrela resplandecia.
As águas do Rio Esperança chegariam finalmente a Brasília. E a estrela subia e brilhava.

Preciosa a imagem da nascente do Rio Tietê em Salesópolis. Horrível a imagem do Rio Tietê em São Paulo. Saudosa a lembrança das águas limpas da nascente do Rio Esperança em São Bernardo do Campo. Lamentável a sua condição quando correu em Brasilia e por todo o País, desviando-se dos princípios de sua nascente. Contaminou a saúde, a autoestima e a moral nacional. Cheirou mal em todo o mundo. Diferentemente do Rio Tietê, ele acabou poluído até mesmo em sua nascente e por seus próprios fundadores.
Quanto à estrela, ela acabou caindo sozinha onde também nasceu, em São Bernardo do Campo. O que foi já não é mais. Restam apenas saudades e desilusão. O Rio Esperança correu sozinho. E morreu sozinho
Um novo rio nasceu em Curitiba. Esse não vai correr sozinho.
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