Sempre acompanhei com muita admiração o enorme esforço
diário da engenharia automobilística na busca da evolução técnica de cada
geração de automóveis. Ela persegue sistematicamente a melhor performance, a
maior resistência e a maior durabilidade dos veículos que chegarão ao mercado
dentro de 3 anos ou mais. Os avanços tecnológicos de hoje serão rapidamente
superados amanhã. Pela própria marca ou pela sua concorrência. Mas e o homem e
a mulher nesse mundo de constante inovação tecnológica?
Como profissional na gestão de comunicação, eu observava,
além da busca generalizada dos melhores processos e produtos, a evolução das
pessoas como profissionais. Afinal, as empresas modernas também definem metas
de evolução para desenvolver e promover, literalmente, os melhores
profissionais em todas as áreas. Muitas vezes, no entanto, a evolução do
profissional como pessoa, ou a melhoria da pessoa que existe dentro dele, não
passa por uma avaliação criteriosa diante dos resultados conquistados. Mas as equipes
sabem fazer isso muito bem. A roda do mundo vai girando.
Acho que em muitos casos não é a falta treinamento e cursos
de gestão, que podem sem dúvida ajudar muito os lideres a enxergar além dos
cargos e das metas sob sua gestão. As grandes empresas investem muito nisso.
Mas quando líderes não são natos, quando não gostam mesmo nem querem saber
trabalhar com gente, com o lado humano dentro das empresas, não existe
treinamento de liderança suficiente que faça a diferença em favor de uma gestão
eficiente de pessoas. A roda do mundo vai girando
Na busca sem freio pelos melhores números, não existe melhor
condição de trabalho na estrada corporativa do que metas claras perseguidas com
determinação e motivação, e gerenciadas com reconhecimento e respeito com quem
colabora para os resultados desejados. Não existe algo pior para um trabalhador
ou trabalhadora que suportar um gestor que não transmite paixão, bom-humor, mas
que apenas aumentam a pressão desequilibrada sobre eles. Hoje, algumas empresas
ainda suportam e mantém essa forma de gestão, em nome dos melhores processos,
produtos e resultados. Mas logo suas equipes, feitas de pessoas, vão todas
embora. A roda do mundo vai girando.
Observava que quando as equipes conseguiam se comunicar com
liberdade e confiança no trabalho, a criatividade e as melhores ideias brotavam
instantaneamente. O brasileiro é muito criativo, mas funciona mesmo com crédito
e confiança. A capacidade das pessoas de comunicarem seus problemas e soluções
com transparência contribuíam muito para a sua motivação e o resultado final. É
incrível como uma equipe que encontra abertura e apoio para expressar suas
ideias pode contribuir mais eficazmente. O contrário é verdadeiro. A roda do
mundo vai girando.
Os melhores líderes não perdem a visão do objetivo principal
da empresa, enxergam o melhor caminho e envolvem o ser humano dentro de cada
profissional para a sua realização. Eles sabem da importância do reconhecimento
e do respeito para que tudo isso aconteça da melhor forma. A melhor forma, além
de bom treinamento, é comunicar assertivamente, motivar e unir as pessoas, demonstrando o valor que elas tem e podem ainda desenvolver. A roda do mundo
vai girando. Existem, mas são muito poucos, os líderes verdadeiros que
comandam, empolgam, unem e ganham a admiração de suas equipes. Aqueles exemplos
que conquistam com o que têm de mais precioso por dentro. No comando, muitos
gestores ainda estão com a visão turva concentrada no processo e no produto
final de suas empresas. Parece bom, mas só isso já não é mais suficiente. Não,
senhor! A roda do mundo vai girando.
Já vi equipes desmotivadas, sem o brilho nos olhos, em busca
de uma grande conquista. Ou com grandes conquistas com pouco brilho nos olhos.
Ou sem sorriso, sem bom-humor, sem comemoração, mesmo quando faziam um grande
gol no competitivo jogo corporativo. Isso porque o técnico considerava que a
vitória era apenas uma mera obrigação. Isso sim era uma verdadeira e infeliz
bola fora! A roda do mundo vai girando.
Acho que hoje a nossa grande conquista no mundo corporativo
é continuar jogando a grande partida dentro de nós mesmos. Manter a todo custo
a nossa motivação. Grandes empresas podem não contar com grandes gestores,
enquanto empresas menores podem contar com grandes líderes e desenvolver uma
grande história. Por detrás de cada grande história, há sempre um time motivado
e valorizado, um coração alegre que bate normalmente. Gente que volta para casa
com alguma boa emoção para compartilhar com a família e os amigos. A roda do
mundo vai girando.
Se o ambiente que a gente frequenta todos os dias garante um
excelente produto ou um serviço admirável, mas não garante a batida normal de
nosso coração nem um brilhante sorriso no rosto, é melhor buscar logo uma
melhor experiência profissional e humana, antes que essas coisas existam apenas
nas fotos tiradas durantes as férias. A roda do mundo vai girando.
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