segunda-feira, 20 de março de 2017

A riqueza do homem do campo

Eu sempre admirei a simplicidade do homem do campo cuidando das galinhas e dos frangos no quintal, apanhando as frutas diretamente nas árvores. Às vezes, ao ver de perto a sua labuta, sentia certa pena de suas mãos sofridas e sinais claros do tempo na face. Na hora do almoço, ele ia para o quintal escolher qual galinha caipira serviria para a família ou para o visitante. O gosto do franco caipira era bom demais. Eu comparava aquela vida simples com as vantagens de se viver na cidade grande, onde encontrava tudo o que queria no supermercado ou no açougue. Mas logo aprendi onde estão as verdadeiras alegrias. Hoje, eu tenho dó do homem que vive nos grandes centros urbanos, longe de onde as galinhas ciscam e o gado pasta todo dia. Aqui não tem galinha caipira, não tem verduras sem fertilizantes nem frutas frescas colhidas na hora. Tem sim carne vencida e contaminada para a família. Pobre homem da cidade grande. Hoje, ficou a impressão, certamente errada, de que toda carne comercializada está nessa condição. Certamente, não é assim. Cerca de 80% dela é consumida no Brasil. Mas os grandes mercados brasileiros para a nossa carne, como a China e o Japão, por exemplo,  fecharam a porteira para os nossos gados. Que inveja da simplicidade e da riqueza do homem do campo.

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