Sr. Presidente do Brasil,
Não deve estar sendo fácil para o senhor conduzir nossa Pátria Amada nesse momento de grande turbulência nacional e mundial. Estávamos até indo bem no caminho de uma recuperação econômica para levantar o País de crises geradas por gestões caóticas. O senhor montou um ministério competente para isso. Mas ninguém no mundo podia imaginar que na contramão dessa estrada vinha de repente uma ameaça invisível para destruir os melhores planos, as melhores iniciativas e os melhores sonhos das pessoas no Planeta.
Difícil acreditar, Sr. Presidente, que esse ataque tenha sido orquestrado estrategicamente por uma mente genial, com vantagens próprias, sejam políticas ou financeiras ou por qualquer outro objetivo. Mas se foi, Sr. Presidente, é mais um motivo para entrarmos unidos nessa guerra com inteligência genial também, e não com a cara e o peito abertos para o tiro fatal. O novo coronavírus é invisível como todos, mas seu efeito destruidor pode ser visto amplamente nos números e nas imagens registradas em todos os cantos do mundo.
A sua nação, Sr. Presidente, está vendo o impacto desse ataque invisível no mundo todo e está muito preocupada com isso. Assistimos na mídia hospitais lotados, caixões saindo aos montes deles com sepultamentos sem velórios. Ouvimos depoimentos por todos os cantos de profissionais de saúde na frente da batalha arriscando suas próprias vidas e relatando o sofrimento real de pessoas contaminadas e separadas de seus queridos. Estamos vendo de tudo, Sr. Presidente, do melhor e do pior das pessoas num momento de caos.
O senhor é uma pessoa do bem, por isso o elegi para essa nobre posição. Certamente, o senhor concorda que o maior patrimônio do ser humano na Terra é a saúde da família, dos amigos e, claro, da própria pessoa. Pois sem ela não conseguimos cuidar bem deles. Suponho portanto que concorda também que se ela é o maior patrimônio do homem, o maior patrimônio de uma nação seja a saúde de sua população.
Sr. Presidente, assim como o senhor, também desejamos voltar logo para o nosso trabalho, que garante o nosso sustento. Também almejamos ver nossos filhos voltarem logo às aulas, afinal, eles tem que se preparar para o futuro. E queremos também, após o final dessa pandemia, continuar desfrutando da companhia e do amor de nossos pais e avós. Em suas últimas falas, o senhor fez o povo entender que talvez eles não sejam tão importantes assim se os perdermos nessa batalha: - "Paciência!" Sim, nós temos paciência, mas temos também amor por eles, Sr. Presidente.
Infelizmente, no momento em que mais precisávamos de sua liderança, o senhor está confundindo a Pátria Amada. Enquanto a maioria dos brasileiros tem batalhado para se proteger do ataque do inimigo número um do Planeta, ouvindo as recomendações de seu próprio ministério e de outras autoridades na questão da saúde humana e pública, o senhor mesmo convenceu uma parte importante dos brasileiros, em nome de uma boa bandeira, a enfrentar o inimigo invisível completamente desarmada e despreparada. Isso, Sr. Presidente, no contexto de uma grande guerra - sobre isso o senhor entende muito mais do que a maioria dos brasileiros, pelo seu passado militar - é uma estratégia não somente irresponsável, mas suicida.
Espero que o senhor proteja bem a sua saúde nesse cenário. Afinal, o senhor é o nosso presidente e a nossa maior autoridade. Mas parece que o senhor não está muito preocupado com ela. E podemos entender que se o senhor não se preocupa com a sua própria saúde, muito menos vai se preocupar com a saúde da população de sua Pátria Amada. Nesse caso, Sr. Presidente, ao invés de atender ao seu decreto em favor da nossa exposição desarmada no campo de batalha, a grande maioria dos brasileiros vai continuar seguindo o conselho mais estratégico de seus especialistas em saúde que estão bem mais preocupados com a saúde da nação.
Boa sorte, Sr. Presidente! Estamos mais separados e juntos do que nunca.Votamos e não votamos no senhor. Não somos seus inimigos mas também não somos seus militantes. Somos apenas seu povo brasileiro, que deseja o melhor para o senhor, para sua família, para o seu ministério da mesma forma que desejamos também o melhor para nossas famílias, nossos amigos, nossas empresas, nossos profissionais, nossos parceiros e nossos vizinhos. Boa sorte, Pátria Amada!
segunda-feira, 30 de março de 2020
domingo, 29 de março de 2020
Ser humano ou ser irresponsável
Hoje,
finalmente, morrendo já de saudade da rotina saudável, deixei vazio o banco da conversa e fui caminhar pelas ruas com meus filhos e minha esposa. Pegamos o metrô e fomos passear um pouco pelos parques e pela Avenida Paulista. Deu até para
comermos um pastelzinho com caldo de cana numa esquina. Encontramos outras
pessoas que tiveram coragem de se antecipar também ao final da quarentena. Foi
um momento gostoso de convívio social. Afinal, somos seremos humanos. Depois de curtir essa experiência interior, abri os olhos e levantei, lembrando que para fazer tudo isso eu não
teria que ter qualquer preocupação com a saúde e a vida de minha família nesse momento. Então
eu penso nas várias mensagens que estamos recebendo convocando a gente a acabar
de vez com essa quarentena mundial. Para quem está defendendo isso, vá
lá primeiro, convide seus filhos, esposa, marido, pai e mãe para te acompanhar.
Tente convencer primeiro a sua família, antes de tentar convencer a minha. Se
alguém de seus queridos te perguntar: "Mas seu eu for contaminado e chegar
a correr risco de morrer, hein? Então vamos ver se você teria coragem também,
em nome da sua preocupação social com a economia e os empregos, de responder:
"Ah! Um dia você vai ter que morrer mesmo! Paciência!" Algumas palavras e algumas ações mostram a
grande diferença entre um ser humano e um ser irresponsável!
sábado, 28 de março de 2020
Coragem "fake" não assusta o novo coronavírus
Áudios e vídeos eloquentes circulam diariamente de forma
anônima, ou atribuídas a figuras conhecidas, conclamando a população para
voltar imediatamente à rotina das ruas, das escolas e do trabalho para não
deixarmos a economia quebrar com os empregos, os negócios e a ordem social.
Todos nós, mais do que nunca, desejamos demais isso, até porque ninguém está
confortável por muito tempo preso dentro de casa. Mais grave ainda é quando
essa convocação vem de cima, incentivando nosso confronto cara a cara, imediato,
sem máscara, contra a ameaça número um do momento. Nem os guerreiros da saúde
pública, que enfrentam profissionalmente essa ameaça, desejam isso. Por que
essa militância tão corajosa e preocupada com o esperado desfecho dessa crise
não dá logo o seu exemplo publicamente? Sejam então os primeiros a saírem
imediatamente às ruas, levem suas famílias, seus filhos, seus pais, juntamente
com seus amigos, para os parques, para frente dos teatros e dos cinemas e
talvez até para os palanques políticos? Se sua coragem e responsabilidade são
verdadeiros, seu exemplo será bem inspirador e contagiante para toda a
população. Por outro lado, se o mundo todo estiver certo, e seus queridos forem
infelizmente contaminados pelo vírus e precisarem de cuidados especiais em um
hospital superlotado, que não poderá dar a eles a atenção que merecem, vocês
bem que tentaram, não é verdade? Eu vou continuar protegendo a minha família
até receber pelos canais oficiais e de credibilidade novas orientações de quem
realmente entende de saúde humana.
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