Neste ano assumi dois temas principais como prioridade para
a minha vida pessoal e profissional: energia e soluções. Um ajuda a gerar o
outro e produz mais capacidade e satisfação. Acho que todos nós brasileiros
estamos precisando, e muito, disso. O título acima foi inspirado numa resposta
de um amigo argentino, há muitos anos, quando perguntei como ele estava.
"Sou apenas o que sobrou de mim", respondeu sorrindo. Quantos de nós,
em vários momentos, já sentiu a mesma coisa, especialmente no ambiente de trabalho.
Nas empresas, o sempre alto consumo de energia chega
auferida e cobrada nas contas de cada mês, mostrando o resultado da sua
atividade no período. Mas uma outra conta de consumo, muito mais elevada, não é
constantemente medida, nem por isso avaliada e muito menos controlada. É a
energia emocional, para usar o termo da escritora e psicoterapeuta Mira
Kirshenbaum,
Há no mundo corporativo um número cada vez mais limitado de
líderes geradores de energia, de soluções e portanto de grandes resultados.
Encontrei esse perfil muito claro, por exemplo, quando trabalhei com alguns
deles no relacionamento com a Imprensa durante o último Salão do Automóvel, em
São Paulo. Cada encontro interno para o planejamento, realização e feedback das
ações eram assertivos e encorajadores para todos os envolvidos. Os times saiam
bem preparados e motivados para compartilhar a energia com o público alvo. O
que recebiam, entregavam. Foi um grande sucesso. Simples assim.
Mas por falta de capacidade, postura e equilíbrio pessoais,
são muitos os executivos, chefes ou gestores que representam um altíssimo
consumo de energia para as equipes, colegas e para a própria empresa. Pior do
que uma conta muito alta é uma conta que não tem preço. Voltando à expressão do meu amigo, as
empresas estão por isso cheias de meios profissionais, meios colaboradores e
meios times, que só podem entregar assim meios resultados.
O enxugamento generalizado das equipes em quase todos os
setores acontece também por dentro daquelas que ficam. Sem a energia interior
vital, consumida ou muitas vezes destruída por aqueles que ocupam cargos que
deveriam justamente promover a recuperação, a motivação, a confiança e o
comprometimento, as equipes estão tristemente se tornando menores do que o
número de pessoas que elas somam.
Muitos chefes são verdadeiros profissionais em desenvolverem
e implantarem processos modernos de metas e controle de resultados. Mas são
ineficazes na geração de energia e direção para as pessoas poderem alcançá-los.
São ótimos com processos e absolutamente péssimos com pessoas. Gastam tempo
demais das equipes e dos parceiros tentando chegar a um caminho eficiente, mas
não conseguem puxar ou se preferir, conduzir, as pessoas na mesma direção.
Normalmente, eles não têm ideia dos problemas que criam
tentando resolver problemas que já existem. Elevam significativamente a conta
do consumo geral de energia emocional. Essa conta pode não vir impressa no
final do mês para o controle financeiro, mas sempre vem na apresentação dos
resultados, com baixos índices de motivação, criatividade e
"entregabilidade". Lamentavelmente, esses lideres não assumem o preço
dessas contas e costumam transferir todas elas integralmente para suas equipes,
após apresentarem os resultados de suas áreas nas reuniões do board.
A quem tem a sorte de trabalhar com bons líderes, chefes e
gestores, parabéns! Seja você também uma fonte de energia para todos ao seu
redor. A quem sofre constantemente panes com um líder apenas consumidor desse
recurso fundamental, talvez duas alternativas. Trabalhar temporariamente no
modo Consumo Econômico de Energia ou conectar o cabo numa outra fonte mais rica
desse recurso inestimável para o seu brilho, sua saúde e realização
profissional e pessoal. Haja luz!
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