quinta-feira, 5 de junho de 2014

A bola ia rolar muitas vezes e terminar nos pés do meu menino


Eu era um menino de 9 anos e jogava bola no campinho quando meu irmão mais velho, o Carlos, chegou à beira do campo e perguntou se eu não queria ver a despedida do Pelé da Seleção tricampeã do mundo. Era o dia 11 de julho de 1971. Parei a jogada para ver a despedida, a primeira das duas, do maior jogador de futebol do mundo, em amistoso no estádio do Morumbi. Corri para casa, me aprontei, e fui com meu irmão ver aquela partida histórica.O Negão ia marcar o seu gol no empate de 1 x 1 contra a Austria.  

Muitos jogos e jogadas se passariam, inclusive naquele campinho onde cresci jogando bola junto com outros garotos. Campinho  que hoje já não existe mais. Aqueles pequenos companheiros também se tornariam adultos e pais de meninos que seguiriam suas jogadas, ou passos pela vida. Quarenta e três anos depois eu convoco outro menino, de 8 anos, meu filho William, para assistir a um outro jogo amistoso da Seleção Brasileira, no mesmo estádio do Morumbi. É o seu desejo ver de perto a seleção pentacampeã do mundo. O tempo passa e as jogadas se repetem. A gente pode assim ver a continuação do jogo do campinho, até com mais emoção. A gente simplesmente muda de personagem nesse jogo.

Um comentário:

  1. Giba. Muito legal a história... Eu também tenho a lembrança viva na mente do primeiro jogo da Seleção Brasileira que eu assisti. Foi Brasil e Polônia, no Morumbi, em preparação para a Copa de 1974. O jogo foi um enfadonho 0 a 0, mas foi inesquecível ver 100 mil pessoas torcendo pelo Brasil. Também não esqueço do carinho e do cuidado do meu pai comigo, então com 6 ou 7 anos, me carregando no colo, para eu não me perder na multidão. Um abraço. Ricardo Júlio

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